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1 – O que é uma Unidade de Neonatologia?
2 – Que tipo de aparelhos vai encontrar na Unidade de Neonatologia?
3 – Qual o melhor alimento para o meu filho?
4 – O que é o Método Canguru?
5 – O que é a prematuridade?
6 – O meu bebé vai ter de ficar internado?
7 – Quanto tempo o meu bebé vai ficar internado?
8 – Quando é que posso tocar no meu bebé?
9 – Eu planeei amamentar o meu bebé, ainda é possível?
10 – O meu bebé perdeu peso, é normal?
11 – O que é a Icterícia?
12 – O que são apneias?
13 – Porque é que os recém-nascidos prematuros têm mais infeções?
14 – O que é a retinopatia do prematuro?
15 – O que é a Nutrição Parentérica?
16 – Por que é que o meu bebé tem de receber concentrado de glóbulos vermelhos (transfusão de sangue)?
17 – O que é a displasia broncopulmonar (DBP)?
18 – O que é o Canal Arterial?
1 – O que é uma Unidade de Neonatologia?
É o local do hospital devidamente equipado e onde trabalham profissionais preparados e treinados para cuidar de recém-nascidos prematuros ou bebés de termo doentes que exijam cuidados especiais.Normalmente os bebés permanecem internados durante dias, semanas ou por mais algum tempo dependendo do grau de gravidade da situação clínica e das complicações de saúde que possam surgir.
Vão necessitar de ajuda, maior vigilância e cuidados especiais após o nascimento e nos primeiros tempos de vida, não podendo permanecer junto à mãe.
Para os pais, a primeira visita à Unidade pode ser assustadora por entrarem num ambiente desconhecido, por existir um sem número de aparelhos, fios, tubos e máquinas em volta do recém- nascido com alarmes de luz e som, de modo a avisarem os profissionais quando algo está alterado com o bebé.
É importante que os pais sejam acolhidos pela equipa de profissionais de saúde, sejam informados e esclarecidos sobre o funcionamento da Unidade, se sintam familiarizados com o equipamento, os procedimentos necessários ao tratamento do bebé e se sintam envolvidos, sempre que possível e sob supervisão, nos cuidados ao bebé, para que num esforço conjunto com os profissionais de saúde consigam ajudá-lo a ultrapassar estes dias mais difíceis da sua vida.
A presença dos pais na Unidade junto ao recém-nascido deve ser preconizada e facilitada, constituindo uma mais valia na evolução clínica dos bebés.
2 – Que tipo de aparelhos vai encontrar na Unidade de Neonatologia?
Incubadora
É o lugar onde o recém-nascido vai ficar instalado e protegido num ambiente controlado, aquecido e húmido, imitando tanto quanto possível o útero materno, onde o bebé viveu confortavelmente até ao nascimento.
Monitores
À volta do recém-nascido existem várias máquinas, chamadas monitores, que vão dar informações aos médicos e enfermeiros sobre a situação de saúde do bebé, avisando através de alarmes de luz e som sempre que exista alguma alteração nos valores ou registos do bebé.
Monitor cardio-respiratório
É um aparelho que regista, de modo contínuo, o número e o ritmo dos batimentos do coração e o número de vezes que o bebé respira.
Está ligado ao recém-nascido através de três fios, chamados elétrodos, que ficam em contacto com a pele do bebé não provocando qualquer dor ou incómodo.
Oxímetro de pulso
Mede e regista no monitor a quantidade de oxigénio do sangue do recém-nascido através de um sensor com adesivo auto-colante colocado na mão, pulso ou pé do bebé, emitindo uma luz vermelha quando está ligado ao cabo do monitor.
Monitor de tensão arterial
Mede periodicamente o valor da tensão arterial periférica mediante a insuflação de uma manga plástica no braço ou perna do recém-nascido, sendo o valor registado automaticamente e visualizado no ecrã do monitor cardio-respiratório.
Monitor de apneia
É um pequeno aparelho que deteta pausas respiratórias, superiores a 15 segundos, avisando através de um alarme sonoro sempre que o bebé deixe de respirar nesse período.
Utiliza-se nos recém-nascidos que já não necessitam de vigilância tão apertada, mas que ainda se podem esquecer de respirar por períodos.
Ventilador
É um aparelho que vai ajudar o bebé a respirar, podendo oferecer diferentes quantidades de oxigénio consoante a necessidade do recém-nascido.
Ventilação invasiva
Coloca-se um tubo mole e flexível através da boca ou nariz, passando através das cordas vocais para a traqueia, que em seguida é ligado ao ventilador.
O médico marca no ventilador os parâmetros de ajuda respiratória necessários, diferentes de bebé para bebé, que serão posteriormente ajustados consoante o valor dos gases no sangue, de modo a facilitar as trocas gasosas e a tornar a respiração eficaz.
Ventilação não invasiva
A ajuda respiratória faz-se através de um aparelho, cujos tubos são posicionados através de um barrete na cabeça do bebé, e de uma pequena peça de silicone, mole e flexível, que é colocada no nariz do recém-nascido. Após ser ligada ao aparelho permite fornecer uma pressão constante nas vias respiratórias e se necessário fornecer um suplemento de oxigénio, de modo a manter os alvéolos pulmonares abertos e favorecer as trocas gasosas, diminuindo o esforço respiratório do bebé.
Cateteres
Geralmente os prematuros e os recém-nascidos de termo doentes que necessitam de internamento na Unidade de Neonatologia têm necessidade de colocar soros, de fazer medicamentos e/ou alimentação através de veias e alguns vão precisar também de ajuda respiratória.
Ao nascer, os bebés têm disponíveis duas artérias e uma veia umbilical que ligavam o bebé à placenta, e que poderão ser aproveitadas para colocar um cateter, tubo muito fino e flexível no seu interior para se fazer colheitas de sangue para análises, administração de soros e medicamentos necessários à estabilização e tratamento destes recém-nascidos, de modo indolor, sem necessidade de serem submetidos a múltiplas picagens.
Passados uns dias, os cateteres introduzidos nos vasos do umbigo devem ser retirados, pois há o risco de infeção, sendo por vezes preciso colocar novo acesso venoso central, o chamado cateter epicutâneo-cava, através da picagem de uma veia no braço ou perna por onde se introduz um cateter muito fino cuja ponta vai terminar num grande vaso central.
Sonda oro/naso-gastrica
É um tubinho fino e flexível colocado na boca/nariz do recém-nascido e que vai até ao estômago, que serve para alimentar e verificar a digestão e tolerância alimentar do bebé.
Seringa infusora
Aparelho que permite programar pela enfermeira, após prescrição médica, o ritmo de administração de soros, medicamentos, alimentação parentérica e leite ao recém-nascido.
Aparelho de Fototerapia
Os prematuros têm maior tendência a ficarem com icterícia, coloração amarelada da pele e dos olhos, pois produzem e destroem constantemente os glóbulos vermelhos do sangue produzindo uma substância que se chama bilirrubina.
Quando o valor de bilirrubina está elevado no sangue pode ser perigoso para os bebés prematuros, sobretudo quanto menor for a idade gestacional.
A fototerapia consiste na utilização de um aparelho de luz azulada que é colocado por cima da incubadora, ajudando a transformar a bilirrubina no fígado numa forma mais simples que é eliminada mais rapidamente do organismo através do intestino.
Vai notar que o bebé que necessita deste tratamento tem uma venda nos olhos de modo que a luz não prejudique a sua visão.
Aparelho de Ecografia
É usado com muita frequência na Unidade de Neonatologia, pois através de uma pequena sonda e um pouco de gel permite visualizar os órgãos internos do recém-nascido, avaliar a circulação de sangue no cérebro, coração, rim e outros, sendo um bom meio complementar de diagnóstico.
É um exame que se efetua dentro da incubadora, sem causar incomodo ao bebé, de um modo rápido e indolor.
3 – Qual o melhor alimento para o meu filho?
O leite materno é o melhor e mais adequado alimento para o recém-nascido, quer seja de termo ou prematuro, e deve ser exclusivo até aos 6 meses de vida.
O leite materno contém uma combinação única de proteínas, hidratos de carbono, lípidos, minerais, vitaminas, enzimas e células vivas.
Promove a maturação do intestino, previne as infeções, protege contra as alergias em crianças de risco e favorece a vinculação mãe-filho.
Previne o desenvolvimento da doença ocular da prematuridade e favorece um melhor desenvolvimento cerebral.
A longo prazo, reduz a incidência de obesidade, de diabetes, de doenças cardiovasculares e algumas neoplasias.
Também é vantajoso para a saúde física e emocional da mãe, tem vantagens económicas, ambientais e sociais.
O sucesso da amamentação passa pela adaptação precoce do bebé à mama, idealmente na primeira hora de vida.
Alguns bebés prematuros, por razões inerentes à sua imaturidade, não conseguem mamar diretamente ao peito, pelo que a mãe deve ser aconselhada a extrair o seu leite, idealmente nas primeiras 6h após o parto e de modo regular a cada 3-4 horas.
O leite materno, inicialmente colostro, mesmo que em pequena quantidade, deverá ser levado em recipiente adequado para a unidade de neonatologia, onde será posteriormente administrado ao bebé através de uma sonda que o levará diretamente para o estômago.
Quanto mais prematuro for o seu bebé maior será o benefício de poder ter leite materno na sua alimentação, por ter melhor tolerância e ser mais facilmente digerido, de proteger de infeções graves, nomeadamente intestinais (enterocolite necrotizante), para além de todos os outros benefícios já apontados.
Os profissionais da Unidade estarão disponíveis para orientar, apoiar e esclarecer a mãe que amamenta.
O apoio da família, sobretudo do pai, é essencial e fundamental para o sucesso da lactação.
4 – O que é o Método Canguru?
Consiste no contacto pele a pele do bebé com o peito de um adulto, idealmente um dos pais, prioritariamente a mãe, por períodos prolongados nunca inferiores a uma hora.
O método Canguru começou a ser desenvolvido nos anos 70 por um pediatra columbiano, Edgar Rey, que na ausência de incubadoras para todos os bebés prematuros, concebeu uma alternativa de modo a garantir a estabilidade térmica, diminuir a infeção e reduzir o abandono.
Atualmente, vários estudos têm vindo a demonstrar os benefícios do uso deste método quer para o bebé quer para os pais.
Sempre que a situação clínica do bebé permita, que o profissional de saúde esteja disponível e os pais assim o desejem, o método canguru deve ser utilizado para benefício mútuo do Rn/Pais:
Para o bebé:
- Melhora a regulação da temperatura corporal cutânea e central através do mecanismo de condução da temperatura do adulto;
- Diminui a variação da frequência cardíaca e respiratória, melhora a oxigenação, reduz as bradicardias (frequência cardíaca 20s);
- Promove a regulação do sono-vigília;
- Melhora o crescimento e o desenvolvimento.
Para a mãe:
- Promove a vinculação;
- Aumenta a produção de leite ;
- Melhora o bem estar emocional e psicológico;
- Incentiva a relação entre os pais/bebé.
5 – O que é a prematuridade?
O recém-nascido prematuro é aquele que nasce antes das 37 semanas.
Denomina-se idade gestacional (IG) ao período desde o 1º dia da última menstruação até à data de nascimento. Os problemas relacionados com o nascimento prematuro aumentam quanto menor for a IG. Devido aos enormes progressos científicos, a sobrevivência de recém-nascidos de 24/25 semanas, é possível em centros de referência (taxa de sobrevivência de 50%). No entanto, necessitam de internamentos prolongados, exigindo muitos cuidados, tendo um grande risco de complicações a curto, médio e longo prazo. Além da IG, o peso ao nascer é importante para a evolução dos recém-nascido, influenciando a probabilidade de sobrevida e de complicações.
Denomina-se recém-nascido de baixo peso aquele que nasce com peso inferior a 2500g, recém-nascido de muito baixo peso o que nasce com menos de 1500g e recém-nascido de extremo baixo peso aquele que nasce com menos 1000g. O termo baixo peso para a IG significa que o RN pesa menos do que devia para a sua IG.
6 – O meu bebe vai ter de ficar internado?
7 – Quanto tempo o meu bebé vai ficar internado?
Normalmente têm alta quando a mãe deveria estar grávida de 36-37 semanas e têm cerca de 2 kg. Alguns bebés conseguem estar aptos para alta mais cedo outros mais tarde, dependendo da idade com que nasceram e dos problemas médicos associados.
8 – Quando é que posso tocar no meu bebé?
9 – Eu planeei amamentar o meu bebé, ainda é possível?
10 – O meu bebé perdeu peso, é normal?
11 – O que é a Icterícia?
12 – O que são apneias?
Deteta-se pela sua observação e dos monitores de controlo (saturímetros/ monitores de apneia).
Pode ser necessário usar um sistema de apoio respiratório ou medicação que ajude a prevenir as apneias (a mais usada é a cafeína). Com o desenvolvimento do recém-nascido e a aproximação da idade equivalente ao termo as apneias desaparecem.
13 – Porque é que os recém-nascidos prematuros têm mais infeções?
14 – O que é a retinopatia do prematuro?
15 – O que é a Nutrição Parentérica?
16 – Por que é que o meu bebé tem de receber concentrado de glóbulos vermelhos (transfusão de sangue)?
17 – O que é a displasia broncopulmonar (DBP)?
É mais comum em recém-nascidos prematuros, pela imaturidade dos pulmões na altura do nascimento e pela necessidade de ajuda do ventilador para respirar. Os seus pulmões são mais rígidos e os brônquios mais reativos. Contudo, também pode acontecer em recém-nascidos de termo com doença pulmonar grave. O tratamento envolve a administração de oxigénio por longos períodos, podendo ser necessário ter oxigénio no domicílio após a alta.
18 – O que é o Canal Arterial?
Nos bebés prematuros este canal pode demorar mais tempo a fechar. Enquanto não se encerra, permite que algum do sangue que sai do coração pela aorta para o resto do corpo, se dirija erradamente para artéria pulmonar e para o pulmão. Se este volume de sangue for muito grande, pode originar uma sobrecarga no pulmão e uma diminuição do sangue no resto do corpo. Existe medicação para o encerrar. Se não for possível pode ser necessária cirurgia.